26.7.12

Estar de volta

Hoje acordei assim assim. Não entendo o que se passa comigo, vou deixar os meus dedos soltarem-se e escrever aquilo que eles quiserem. Sem aquele peso na alma, sem procurar palavras perfeitas para descrever o que sinto, vou deixar soltar-me e transferir tudo o que se passa comigo, para aqui. Cai uma lágrima, de seguida cai outra. Bolas, confesso que tinha saudades disto. Quando eu e uma folha de papel eramos cúmplices daquilo que acontecia no mundo. Dentro e fora de casa. Quando me expressava aqui. E falava sozinha com o papel enquanto as  letras traduziam o que eu queria dizer e bolas, não sabia como. Sempre disse que o que não se explica, sente-se. Mas há sentimentos que não se explicam, essa é a verdade. Não controlamos as emoções, somos frágeis e estúpidos. Confiamos nas pessoas, entregamo-nos de corpo e alma, criam-se laços que prometemos ser eternos. E adivinhem? Não são. Os para sempres não existem, e no meu caso, quando mais me aproximo das pessoas, mais elas me desiludem e se afastam. Não digo que o fazem por vontade própria, mas o destino assim quer. Cai outra lágrima. Tantas conversas, tantos filmes, músicas que traduzem o que sentimos. Aquelas pessoas que amamos, amamos mesmo. Não me estou a fazer entender. Não faz mal. Vou só simplesmente escrever. Tu hás de te identificar com alguma coisa que aqui está escrita. Já ouvi uma musica e chorei durante … muito tempo. E depois perguntava-me o porquê … é que nem sequer fazia sentido. Ate porque depois dizia que essa pessoa não merecia. Novamente, não controlamos as emoções. Novamente, há sentimentos que não se explicam. Sinto falta daquele filme que resumia a minha vida a dada altura. Daquela pessoa que o viu comigo e que se foi embora. Que me dizia “amo-te!” com aquele ponto de exclamação que era ainda mais importante que a palavra em si. Cansei de fazer um esforço para agradar a toda a gente. Cansei de correr atrás para depois não retribuírem. Não fui educada assim. E fazia-o para agradar os outros. Estupido. Não volto a faze-lo. Quem quiser que procure por mim. Estarei sempre no mesmo sitio. E quem não quiser, que não procure. Mas que também não complique. Não diga que sente falta quando na verdade não sente. Isso machuca uma pessoa, isso torna-a confusa. Sejam simples e o que têm a dizer, bolas, digam. Gostam de alguém? Digam. Sentem que têm aquele “desculpa” ou “eu errei” por dizer? Digam. Esperam por oque? Sabem, as pessoas morrem. Não, não estou a dizer para irem a correr agora fazer isso porque as pessoas morrem e amanha ou nem isso, já não estarão cá. Não. Não quero que digam nada. Quero que mostrem. Porque ninguém sabe quando é o fim de ninguém. Parece patético dizer isto, e aqui a vossa atenção das minhas palavras já emigrou não sei para onde. Mas é a verdade. Tu um dia vais ter de te despedir da tua mãe, do teu pai, do teu irmão\irmã. Dos teus avós, dos teus tios. Primos etc etc etc. A tua mãe pode não levar-te ao altar, o teu pai pode não acompanhar-te até lá. Enfim, não vale a pena. Outra lágrima caiu. Outro pedaço de saudade acabou por ficar mais cheio. Mais vontade há para ires ter c alguém aumentou. Suspiro, reli isto e já me sinto vazia porque agora, agora já não há nada a dizer.